sábado, 30 de outubro de 2010


Eu nunca mais o tinha visto. É engraçado como nossas lembranças costumam ser generosas com os nossos lembrados....
E, no entanto, ele é um homem cheio de significados. Só que, ao se materializar na minha frente, virou apenas um estranho,
nada mais que isso. Ele comentou alguma coisa sobre estar.... mas eu nem ouvi direito o que ele disse, fiquei olhando pra,
sua boca e pensando: eu beijei tantas vezes esses lábios, eu fiquei nua tantas vezes entre esses braços, trocamos carícias
eróticas e, passado um tempo, puf: viramos duas pessoas profundamente constrangidas, até mesmo beijar a face um do outro
pareceu um gesto forçado....e nunca havia pensado nisso, em como é incômodo estar diante de uma pessoa com quem se trocou emoção intensa e depois cruzar com ele na rua e dizer apenas: tudo bem?"

Divã - MM

Se não era amor, era da mesma família. Pois sobrou o que sobra dos corações abandonados. A carência. A saudade. A mágoa. Um quase desespero, uma espécie de avião em queda que a gente sabe que vai se estabilizar, só não se sabe se vai ser antes ou depois de se chocar contra o solo. Eu bati a 200 km por hora e estou voltando á pé pra casa, avariada.
Eu sei,não precisa me dizer outra vez. Era uma diversão, uma paixonite, um jogo entre adultos. Telvez este seja o ponto. Talvez eu Não seja adulta o suficiente para brincar tão longe do meu patio, do meu quarto, das minhas bonecas. Onde é que eu estava com a cabeça, de acreditar em contos de fada, de achar que a gente muda o que sente, e que bastaria apertar um botão que as luzes apagariam e eu voltaria a minha vida satisfatória,sem seqüelas, sem registro de ocorrência? Eu não amei aquele cara. Eu tenho certeza que não. Eu amei a mim mesma naquela verdade inventada.
Não era amor,era uma sorte. Não era amor, era uma travessura. Não era amor, eram dois travesseiros. Não era amor, eram dois celulares desligados. Não era amor, era de tarde. Não era amor, era inverno. Não era amor, era sem medo. NÃO ERA AMOR, ERA MELHOR"

"O tempo nem sempre cura tudo. Tenho feridas que já cicatrizaram, mas que insistem em latejar quando o dia está nublado. Tenho mágoas que já foram superadas, mas se lembro bem, se lembro forte, se penso nelas eu choro. E o choro dói, dói, dói como se fosse ontem. Tenho vontades que nunca passam. Tenho uma tara por chocolate e queijo que nunca saiu de viagem. Tenho mania de escrever em blocos e ter pelo menos dois deles sempre dentro da bolsa. Tenho sentimento de posse, tenho ciúme, tenho medo de perder quem é essencial na minha vida. Tenho medo de me perder, por isso acendo todas as luzes." clarissacorrêa!

''Nunca soube
o que fazer
com os espaços que ficam
depois que alguém vai embora
uma dúvida insiste
e de tanto, o meu tentar desiste
de trocar a ausência
por qualquer coisa que fira menos:
nada para repor
nada para suprir
nada que realmente comportasse
o encanto de algo que ficou
para trás."

Cáh Morandi

Às vezes a gente precisa de uma distância no tempo pra que possa dizer coisas que no momento em que sentíamos, se fossem externadas como sentíamos, magoariam mais que qualquer coisa.
E é só agora, tanto tempo depois, que me sinto confortável pra dizer que cortar você da minha vida foi uma das decisões mais difíceis que já tomei. Não foi uma decisão inconsequente, birrenta ou imatura. Eu só não suportava mais participar do jogo que ambos construíamos.
Nunca foi uma questão de viver algo definitivo. Mas algo de verdade. E me doeu abrir mão do que eu mais queria, porque incríveis como éramos eu não aceitaria nada que fosse menos.
É que eu cansei de jogo. Cansei de tentar adivinhar pensamentos, sentimentos. Cansei de tentar ficar dando o tempo inteiro uma de "sou a mais poderosa do universo". Porque ninguém é. Nem você.
Eu sei que, do seu jeito torto, você também me amou. Mas sei também que sequer conseguiu entender que tudo o que fiz, fiz porque também te amava mas me amava mais. Você nem tem a exata noção do que causou em mim, quando não contou o que eu saberia por terceiros, quando não me tratou com o respeito com que deveria ter tratado a amiga que eu era, quando fingiu que não percebia como me sentia ou o que estava acontecendo. Mas passou. E o que ficou, depois de tudo, foi um sentimento estranho de que me tornei melhor, mais inteira.
Elenita Rodrigues

quarta-feira, 27 de outubro de 2010


O amor é isso. Não prende, não aperta, não sufoca. Porque quando vira nó, já deixou de ser laço." (Mário Quintana)